Ciência e Ação Política:
Por uma Abordagem Crítica
Arlete Moysés Rodrigues
Paulo Freire nos instiga a refletir sobre a ciência e a ação política,
dentro de uma abordagem crítica, quando diz:
Acreditamos que a educação sozinha não transforma
a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressiva,
se estamos a favor da vida e não da
morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da
convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho se
não viver a nossa opção. Encarná-la diminuindo, assim, a distância entre o que
dizemos e o que fazemos.
Parafraseando
o autor penso que a análise crítica do urbano sozinha não transforma a sociedade, mas sem ela tampouco é
possível constituir a cidade como direito,
com predomínio do valor de uso. Teoria e prática, ou seja, a práxis nos leva a
procurar caminhos para construir o direito à cidade com uma análise critica da
produção e reprodução do espaço urbano.
No
atual período histórico, o urbano é um dos lócus privilegiados para a aplicação
dos excedentes de capitais que objetivam a acumulação ampliada do capital e desse modo ampliam as contradições e conflitos
presentes na vida cotidiana.
Trata-se
do sucesso do modo de produção capitalista que produz ao mesmo tempo a
precariedade de vida, de trabalho e de moradia. Ao estarmos a favor da vida da
equidade, dos direitos - conquistados em lutas históricas e não por dádivas de
outrem -; ao estarmos a favor da justiça (mesmo que dentro dos limites das
normas capitalista), temos que tentar entender a complexidade das contradições
e conflitos na produção e reprodução do espaço urbano para nele poder estabelecer a ação política que não
negue a diversidade, a complexidade, as contradições e conflitos.
É
indispensável para entender a complexidade do urbano, avaliar se utilizamos instrumentais
analíticos que permitem compreender e atuar na medida em que, cada vez mais as
contradições, conflitos e confrontos são encobertos pela espessa cortina de
fumaça da modernização, do progresso, do desenvolvimento, da sustentável entre
outras tantas formas de justificar a intervenção avassaladora do capital no
espaço urbano.
O objetivo do texto é
fazer algumas ponderações para uma crítica da econômica política da cidade e da
urbanização, tendo como fio condutor a propriedade da terra urbana como um dos
elementos constitutivos da cidadania desigual que não estão explicitados em obras
de alguns autores que tratam do tema.
O texto na íntegra encontra-se disponível para download no "menu Conferência".
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